sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

alberto caeiro

nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
mudo, mas não mudo muito.
a cor das flores não é a mesma ao sol
de que quando uma nuvem passa
ou quando entra a noite
e as flores são cor da sombra.

mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
por isso quando pareço não comigo,
se estava virado para a direita,
voltei-me agora para a esquerda,
mas sou sempre eu, assente sobre os meus pés -
o mesmo sempre, graças ao céu e à terra
e aos meus olhos e ouvidos atentos
e à minha clara simplicidade de alma...

Nenhum comentário: